Após aprovação da PEC 241, estudantes mantêm ocupações no RN

Universitários ocuparam prédio da reitoria da UFRN (Foto: DCE UFRN)Universitários ocuparam prédio da reitoria da UFRN nesta segunda-feira (24) (Foto: DCE UFRN)
Estudantes secundaristas e universitários mantêm as ocupações nesta quarta-feira (26) no Rio Grande do Norte. Os estudantes continuam em protesto contra o Projeto de Emenda Constitucional (PEC) 241, aprovado em segundo turno pela Câmara Federal na madrugada desta quarta. De acordo com os estudantes, sete escolas estaduais, cinco Institutos Federais (IFs), uma escola federal e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte continuam ocupadas. Segundo números oficiais das secretarias de governo e das reitorias do IFRN e UFRN, o número de unidades ocupadas é de sete.De acordo com Gabriel Medeiros, diretor da União Nacional dos Estudantes (UNE), a aprovação da PEC na Câmara dos Deputados é reflexo da falta de representatividade popular na composição da câmara.
"A aprovação significa em primeiro lugar um reflexo da composição não representativa da Câmara dos Deputados. Apesar da sociedade estar se mobilizando amplamente contra a PEC 241, a Câmara dos Deputados, por não ter em sua composição o reflexo real da sociedade, não consegue expor nas votações o interesse real do povo", disse Gabriel.
Ainda de acordo com o diretor da UNE, ainda não há data para a ocupação acabar. Como a pauta dos estudantes é denunciar o teor da PEC 241, as mobilizações devem ser mantidas pelo menos até a votação final no senado.A esperança é que o Senado tenha o mínimo de mais representatividade frente a composição da sociedade. Não tem como a gente imaginar que é uma batalha perdida. Acho que a pressão popular que vai vir até a votação pelo Senado tem grandes chances de conseguir converter, de conseguir exercer uma pressão suficiente para pressionar o voto dos senadores. É uma esperança que nós temos que ter", concluiu.
Enquanto a pauta dos universitários se limita a PEC 241, os estudantes secundaristas reivindicam uma pauta mais extensa. De acordo com Pedro Gorki, diretor da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes), a pauta dos estudantes está dividida em três eixos: a resistência a PEC 241 e o congelamento dos investimentos em educação pelos próximos 20 anos, a supressão da Medida Provisória 246, que propõe mudanças no ensino médio e a contrariedade a PL 121/2016, chamada pelos estudantes de 'Lei da mordaça', mas também conhecida como 'Escola sem partido'.
“Fizemos uma assembleia com a participação de mais de 120 estudantes de mais de 15 escolas para debater os rumos do movimento. A tendência é que até o dia 31 outras escolas do estado também sejam ocupadas”, disse Pedro.
Escola Estadual Anísio Teixeira é uma das ocupadas por estudantes secundaristas em Natal (Foto: Reprodução/ Inter TV Cabugi)Escola Estadual Anísio Teixeira é uma das ocupadas por estudantes secundaristas em Natal (Foto: Reprodução/ Inter TV Cabugi)
Geografia das ocupações
De acordo com a Secretaria Estadual de Educação e Cultura (Seec), quatro escolas da rede estadual de ensino estão ocupadas em Natal. São elas as escolas Professora Ana Júlia Mousinho, Professor Anísio Teixeira, Augusto Severo e Floriano Cavalcante. No entanto, segundo Gorki, também estão ocupadas na rede estadual as escolas Berilo Wanderley e Castro Alves, em Natal, e a escola Francisco de Assis Bittencourt, localizada em João Câmara, no Agreste potiguar.
Segundo o diretor da Ubes, o número de escolas ocupadas ainda pode aumentar. “Fizemos uma assembleia com a participação de mais de 120 estudantes de mais de 15 escolas para debater os rumos do movimento. A tendência é que até o dia 31 outras escolas do estado também sejam ocupadas”, disse Pedro.Ainda de acordo com o diretor da Ubes, cinco institutos federais e uma escola federal estão ocupadas no estado. Os campi do IFRN ocupados são Cidade Alta (em Natal), Ceará-Mirim (na Grande Natal), João Câmara (na região Agreste), Currais Novos (na região do Seridó), Macau (na região da Costa Branca potiguar), além da Escola Agrícola de Jundiaí, vinculada a UFRN.
Questionada pelo G1, a assessoria de comunicação do IFRN confirmou a ocupação por estudantes nas unidades de Ceará-Mirim e Macau. Segundo as informações oficiais, os campi do IFRN Cidade Alta e Currais Novos foram ocupados, mas já foram liberados pelos estudantes.
Na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, o diretor da UNE confirmou ocupações no prédio da reitoria, em Natal, e no Centro de Ensino Superior do Seridó, em Currais Novos (Ceres). A assessoria de comunicação da universidade confirmou a ocupação na reitoria.