Os presos da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, na Grande Natal, que deram início a uma série de rebeliões no último sábado (14), desenvolveram artifícios para se identificarem nos confrontos e montaram esquemas de guerra. Em uma verdadeira batalha campal, ocorrida na última quinta-feira (19), eles se dividiram por vestimenta e posições dentro da penitenciária para atacar e se defender.
Os detentos do PCC, facção que dominou os pavilhões 4 e 5 de Alcaçuz após a matança, em sua maioria, se identificam por não usar camisa e ter braçadeiras feitas de pano amarradas aos braços. Já os detentos do Sindicato do RN, facção que domina os pavilhões 1, 2 e 3, usaram tornozeleiras, também feitas de panos, e muitos estavam de camisa na hora da batalha.
Durante o confronto, as duas facções estavam divididas no espaço que liga os pavilhões. Do lado esquerdo, os integrantes do Sindicato do RN e, do direito, os do PCC. Armados com barras de ferro, paus e pedras, eles montaram barricadas com grades, chapas de ferro dos portões, armários e colchões. Dois dos detentos, inclusive, usavam coletes de proteção durante o confronto.